quarta-feira, 19 de maio de 2010

Os traços diferem os momentos, as cores diferem as emoções

A vida é uma tela em branco.
No dia em que nascemos são dadas as primeiras pinceladas. Traços finos sem definição, traços flexíveis para seguir o caminho que tiverem de seguir na tela. A infância chega enchendo de cores e raios de sol a nossa tela, desenhos horríveis que aos olhos de quem nos ama são verdadeiras obras de arte.
Ainda estamos aprendendo a pintar.
Então a adolescência chega e a pintura fica confusa. Os traços hora são fortes e expressivos, hora são leves e delicados. Mudanças a todo momento. Cobrimos um erro aqui, acrescentamos uma cor ali, mas nunca satisfeitos. Quantas são as vezes onde desejamos quebrar a maldita tela e começar tudo de novo. Mas então nos recuperamos e tentamos seguir concertando e acrescentando.
Uma imagem começa a se formar.
Na fase adulta os traços são decididos e uma forma é estabelecida. O caminho foi escolhido e a obra ganha uma forma concreta, as mudanças se tornam detalhes imperceptíveis seguindo, finalmente, um rumo certo.
Quase pronto.
A velhice vem e pode-se dizer que voltamos a infância, revendo todos os momentos, onde as cores das lembranças de todas as fases da pintura são o que transformam a arte final. Juntamos todos os elementos da obra e é hora de assinar o canto da tela.

Anos de vida. Uma obra de arte.

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